6Era o último dia na Argentina. Tinha adorado a estadia, os pais do Pablo, Rio IV, mas pessoas. Era tudo um pouco diferente mas conseguia imaginar-me a morar ali o resto da minha vida. Despedimo-nos cedo e deixamos para trás 3 dias maravilhosos na argentina. Seguimos mais cedo para Córdoba… Ainda teríamos tempo para ver uns museus que me andavam a fascinar a algum tempo na província. Apanhamos o avião para Lisboa às 16h (Argentina) com as 6 horas de voo mais a diferença do fuso horário chegamos a Lisboa à 1 da manha. Estávamos ambos bastante cansados da viagem, tomamos um banho assim que chegamos ao apartamento e acabamos por cair os dois na cama, os seus braços envolveram o meu corpo puxando-o contra o seu. O meu rosto, encostou-se ao seu peito, as suas mãos subiram para afagarem os meus cabelos. O bater do seu coração estabilizou, a sua respiração estava agora pesada, ele tinha adormecido, e uns segundos depois até eu me deixei abater pelo cansaço que era mais forte que nós. (…) Acordei, e tentei sair da cama sem acordar o Pablo mas foi em vão. Passei uma mão sobre o seu rosto, enquanto os seus olhos lutavam contra a luz presente no quarto. -Dorme cariño! – disse-lhe dando-lhe um leve beijo nos lábios. Ele voltou-se na cama e voltou a adormecer. Optei por um look mais casual, t-shirt, calções de cinta subida, com os meus Jeffrey Campbell pretos, uma mala, cabelo liso, um pouco de maquilhagem e saí depois de uma torrada para enganar o estômago.
Tinha que passar no estádio hoje. O LFV tinha ligado, queria saber até que ponto eu estava disponível para fazer um design de um kit away para a equipa de futsal feminino, e eu como obvio para o clube do meu coração estava sempre disponível para todo. Acabei por encontrar o Rúben quando entrei na garagem. E a conversa que andava para ter com ele à muito ia ser ali e agora. Não podia deixar escapar isto.
-Rúben! – chamei assim que ele passou, pois ele ia de costas e não tinha dado por mim.
-Jane. – respondeu virando-se para trás com um sorriso e vindo na minha direcção. –Então por aqui?
-Sím… kits para futsal… - sorri.
-Equipamentos é contigo. Se não fosse nunca tinha falado ao nosso presidente de ti.
-Ai é? Obrigadinho então! – disse ironicamente.
-Adorava ficar aqui à conversa mas tenho que ir, e tu também deves ter que ir tratar das meninas do futsal ou das roupitas delas… - riu.
-Rúben! Não me parece que vás a lado nenhum! – disse num tom de voz sério e autoritário!
-Huh? – perguntou confuso.
-Precisamos de falar! – disse-lhe directamente. Ele continuou a olhar-me confuso à espera de uma resposta. – Vais me dizer o que se passa e é agora! Sabes que odeio meter-me na tua vida, mas assim deixas-me preocupada caramba! Rúben, que raio de passa, com o “não aparecer ao aniversário do teu melhor amigo” com o “vou a Londres resolver umas coisas” ficas-te em me explicar tudo e ate agora nada! Vais deixar a luz é isso? – perguntei preocupada.
- Não… - sorriu, libertando-se agora da sua confusão. –Eu conto mas tens que me prometer que isto fica só entre nós os dois.
-Prometo, sabes bem que podes me contar Rúben.
-Jane… quando digo todos, refiro-me à Sara e ao Pablo também! Nada de nada, pelo menos por agora. Olhei-o confusa mas acenei que sim com a cabeça.
-Eu e o David andamos a preparar uma surpresa a 2 meses, e aviam uns assuntos relativos à surpresa que tinham de ser tratados, mas o David não podia faltar ao aniversário dele para tratar deles caso contrário dava muito nas vistas, então tratei eu. E foi aí que ele me pediu ajuda e eu entrei nisto. E quando foi a Londres também foi para o ajudar. – disse-me.
-Surpresa? Mas que surpresa?
- O David vai pedir a Pipa em casamento! – disse-me sorridente. – E eu… vou pedir a Maria! – disse completamente empolgado como se de um miúdo, numa loja de guloseimas, se tratasse. Eu fiquei em choque primeiro, mas depois deixei, automaticamente, transparecer um sorriso no meu rosto.
-Casamento Duplo! – ambos disse-mos e acabamos por rir.
-Sim…se ambas disserem que sim! – disse-me.
-Oh meu deus isso é fantástico Rúben! – disse-lhe.
– Muito bem pensado meninos. Espero que sejam felizes e de certeza que ambas vão dizer que sim, elas adoram-vos… Não, elas amam-vos. Ele sorriu, deu-me um beijo ao qual eu retribui com um abraço forte.
-Vai lá tratar dos kits, e por favor não contes nada a ninguém. –pediu-me seriamente.
-Podes confiar! – descancei-o…
Ele virou costas, mas voltei a chama-lo e ele voltou-se rapidamente para mim outra vez. – Posso só contar ao Pablo… ele vai adorar e ele não conta a ninguém sabes como é o Pablo… Por favor? – pedi dando-lhe os irresistíveis “puppy eyes”.
-Sim! – sorriu e seguiu.